Em I Samuel 16.1 encontramos a ordem de Deus a Samuel dizendo: “Enche o teu vaso de azeite e vem...”. Hoje, mais do que nunca, nós, obreiros, precisamos ter e manter cheio o vaso, para que possamos cumprir a missão para a qual fomos incumbidos pelo Senhor Jesus. Nós somos vaso de barro. Paulo escreveu em II Coríntios 4.7 “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. Portanto o que é barro deve ser colocado no seu devido lugar, para que qualquer atitude negativa no nosso coração, exaltação do “eu”, ou atitude do homem natural, não interfira na excelência do agir de Deus através de nossas vidas. Deus deseja nos encher de sua plenitude e dons, é só buscarmos como nos admoesta Paulo em II Coríntios 12:31 “Mas procurai com zelo os melhores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente”. Neste entendimento de sermos vaso de barro e cheios, podemos observar três grandes lições que nos fazem refletir: Primeira: Cheios, no sentido de não haver em nós espaço para nada além ou aquém da pessoa de Cristo que, com Sua plenitude, “a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.23). Cheios, no sentido de não sobrar espaço para dar lugar a mágoas, falta de perdão, comodidade, maus pensamentos, murmurações, palavras torpes, etc..., pois isto nos priva de sermos e vivermos o cristianismo autêntico. Paulo, em II Tessalonicenses 1.12 diz: “a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós n’Ele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”. Segunda: Cheios, ao ponto de transbordarmos aos outros a mensagem do amor de Cristo, não nos conformando somente com a nossa salvação. É impossível fazer calar um crente que está cheio da salvação. Alguns apóstolos, após serem presos e proibidos de anunciar sobre Jesus Ressuscitado, responderam aos do sinédrio: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). Terceira: O texto é enfático ao explicitar que devemos estar cheios “de azeite”, ou seja, não pode faltar a unção do Espírito Santo em nós. Infelizmente vemos muitos que estão cheios de si, buscando sua própria glória. Pelas suas habilidade e retórica sagraram-se grandes, mas seus frutos os denunciam. Ser cheio de azeite, significa ter vida de oração, jejum, de busca constante na Bíblia, e essa busca é aplicada primeiramente em si e depois como alimento ao rebanho do Senhor. Ser cheio de azeite é ter vida de testemunho - pelos frutos conhecereis (Mt 7.20). Ser cheio de azeite é ter vida de poder sobre os demônios e sobre a carne o "eu". Ser cheio de azeite é também ter a confirmação da ação do Espírito Santo, através de nossa vida com sinais, que se manifestam com a palavra que pregamos. Se estivermos cheios de Cristo, cheios de amor pelas almas, cheios do Espírito Santo, então podemos obedecer sem medo o chamado do Senhor, “Vem”. E, assim, faremos a diferença como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (I Co 4.1).